O esquema de espionagem ilegal na Ag?ncia Brasileira de Intelig?ncia (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro monitorou, por engano, um hom?nimo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A conclus?o consta no relat?rio final das investiga??es do caso “Abin Paralela”, no qual a Pol?cia Federal (PF) indiciou cerca de 30 investigados, entre eles, o filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro. O sigilo do documento foi retirado ontem (18) por Moraes, que ? relator da investiga??o.
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Segundo a PF, Bolsonaro e Carlos fizeram parte uma organiza??o criminosa para comandar a realiza??o de a??es de espionagem clandestina de opositores.
O ex-presidente n?o foi indiciado porque responde ?s acusa??es sobre o uso clandestino da Abin na a??o penal da trama golpista, que tramita no STF.
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Erro
De acordo com o relat?rio, o agente de intelig?ncia Thiago Gomes Quinalia fez tr?s pesquisas pelo nome de Alexandre de Moraes Soares por meio do sistema de monitoramento Firstmile. A procura foi feita no dia 19 de maio de 2019.
Na avalia??o dos investigadores da PF, a busca por um hom?nimo do ministro foi um erro cometido pelo esquema.
“A utiliza??o de sistemas ileg?timos de consulta, como demonstrado acima, resultava, por vezes, em n?meros de terminais telef?nicos erroneamente associados a alvos. A pesquisa no sistema First Mile por hom?nimo ? erro pass?vel de ter sido cometido”, diz o relat?rio.
De acordo com as investiga??es, foram monitorados ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, os ex-deputados Jean Willys, Rodrigo Maia, Joyce Hasselmann, o ex-governador de S?o Paulo Jo?o D?ria e os jornalistas Leandro Demori e M?nica Bergamo.
Conforme o relat?rio, a ?poca da pesquisa coincide com a abertura do inqu?rito das fake news no Supremo, que tem Moraes como relator e apura a difus?o de desinforma??o durante o governo Bolsonaro.
“O marco temporal da pesquisa ? compat?vel com a instaura??o do inqu?rito 4.781, em mar?o de 2019, pelo ent?o presidente do STF, Dias Toffoli. Em 14/05/2019, houve a disponibiliza??o para julgamento de recurso para suspender a apura??o”, afirmam os investigadores.
O agente respons?vel pela busca abandonou o cargo p?blico, e n?o h? informa??es sobre o paradeiro dele. No ano passado, ele foi demitido do servi?o p?blico.
Defesa
Ap?s as conclus?es da PF, Carlos Bolsonaro foi ?s redes sociais e insinuou que o indiciamento tem motiva??o pol?tica.
“Algu?m tinha alguma d?vida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores j? sabem: elei??es em 2026? Acho que n?o! ? s? coincid?ncia!”, declarou.